Milho

 MILHO

Todos os primitivos povoadores do continente americano, do Chile ao Canadá, cultivavam e consumiam o milho desde a mais remota antiguidade. No século XVI, os exploradores espanhóis introduziram-no na Europa, de onde se estendeu ao resto do mundo.

Actualmente, o milho é o terceiro cereal mais cultivado do mundo, a seguir ao trigo e ao arroz. No entanto, nove de cada dez quilos colhidos são destinados ao fabrico de rações para o gado.

Já em princípios do século XX, alguns investigadores da ciência dos alimentos nos Estados Unidos notaram que poderia ser mais vantajoso comer directamente o milho do que dá-lo aos animais para que estes o transformem em carne. Em consequência disso desenvolveu-se uma variedade de milho muito tenro e apropriado para o consumo humano, o chamado milho-doce.
O milho-doce contém hidratos de carbono, gordura, proteínas, aminoácidos, vitamina A (no milho--doce amarelo), B1 e C. Contém, ainda, potássio, fósforo, magnésio e é uma boa fonte de fibra de ambos os tipos – solúvel e insolúvel.
O consumo do milho torna-se especialmente recomendável nas afecções intestinais em que exerce um efeito emoliente (suavizante) e protector sobre a mucosa intestinal. Além disso, não contém glúten, o que o faz ser muito bem tolerado pelos intestinos sensíveis. A dispepsia intestinal, caracterizada por fermentações, gases e cólicas; o cólon irritável com os seus períodos de prisão de ventre e diarreia; as colites crónicas e a celiaquia (intolerância ao glúten do trigo) têm todas, no milho, uma grande ajuda.

Mas não pára aqui o benefício deste cereal dourado. O milho é ligeiramente diurético (embora muito menos do que os seus estigmas ou ‘barbas de milho’) o que o torna adequado na dieta dos doentes renais. Quem tem excesso de colesterol e de gorduras no sangue pode procurar no farelo, presente tanto no milho-doce como na farinha integral, um alimento capaz de fazer baixar estes níveis. O hipertiroidismo encontrará, no milho, um efeito moderador sobre a glândula tiróide e sobre o metabolismo no seu conjunto.

Contudo, o milho contém uma proteína pobre nos aminoácidos essenciais lisina e triptofano, pelo que deve ser consumido com legumes como a soja ou o feijão, ricos em lisina, ou com sementes de girassol ou de sésamo, que são ricas em triptofano.
Jorge Pamplona-Roger